É inegável que a Web 2.0 permite que exista conteúdo mais participativo e interação maior entre os usuários. Hoje em dia podemos observar uma quantidade significativa de blogs e perfis nas redes sociais, mas com esse crescimento do uso das ferramentas da Web também tem gerado alguns conflitos que não podemos fazer de conta que não existem.
Se por um lado a Web 2.0 transformou o nosso modo de nos comunicar, ela também trouxe algumas situações adversas, dentre as quais poderemos destacar: aumento de lixo eletrônico, perfis abandonados nos sites de relacionamentos ou sem relevância, usuários que se auto-intitulam especialistas em redes sociais e novas mídias, entre outros que vieram junto com a interação proporcionada pela Web 2.0.
Mostrar a parte boa da Internet colaborativa não é suficiente para que possamos entendê-la e tirar maior proveito dessa ferramenta. É necessário que tenhamos uma visão crítica do assunto.Mas, o que acontece é que estão fechando os olhos para isso e tentando fazer que nós enxerguemos apenas a melhor parte, e este não é o objetivo do blog tendências de marketing digital e novas mídias na web 2.0, precisamos analisar e isso implica ter uma visão menos “maravilhada” do assunto.
Um exemplo do mau uso da Web 2.0 é com relação à profissão de jornalismo. Alguns poderão discordar da minha opinião, mas na minha concepção, o que gerou a desregulamentação da profissão de jornalista, entre outras coisas, é claro, foi o uso exagerado e de forma “errada” das plataformas oferecidas na Web 2.0.
O surgimento de Blog’s onde os editores não possuem formação acadêmica, as postagens de vídeos no You Tube referentes a supostas matérias, criação de WebRádios por usuários que gostam do assunto ( louvável, mas deveria ter uma maior fiscalização, como acontece nas rádios FM’s e AM’s) e inclusive de WebTv’s que de nenhuma forma segue os padrões nos moldes interativos de uma Web Tv de verdade.
O que se esqueceu, ou se tornou conveniente esquecer-se foi que um bom jornalista não somente escrever bons artigos, mas que a principal característica do profissional formado em comunicação social é a capacidade de apuração e desenvolvimento desses fatos a fim de extrair o melhor daquele acontecimento para a sociedade, e isso só se adquire com anos e anos de profissão, muita leitura e acima de tudo – “Faro jornalístico”, eu digo que não se aprende a ser jornalista, nascemos jornalistas, somos como diamantes brutos que são lapidados nos bancos acadêmicos e como vinhos que a cada ano se tornam melhores, os bons jornalistas a cada matéria nos superamos.
Criar um blog, colocar notícias e se auto-intitular jornalista, repórter - blogueiro, Webjornalista ou outros termos que surgiram com a Web 2.0 não significa que esse usuário tem a real capacidade de oferecer algum conteúdo relevante. Existe sim, alguns usuários que fazem bom uso das ferramentas e oferece ótimos conteúdos, mas isso não é regra.
Outro termo que em muito me preocupa é o usuário que se intitula “especialista em Marketing Digital e Novas mídias ou redes sociais”, como pode alguém ser especialista em algo ou ferramenta, se a ferramenta que o profissional afirma ser especialista ainda não foi concluída? As redes sociais são plataformas que a todo o momento mudam, ou seja, está em continua transformação, portanto se especializar em algo que muda em ritmo frenético é exagerar o termo, o máximo que se pode afirmar com relação a profissionais que tem interesse neste assunto, especificamente, é que são estudiosos no assunto ou entusiastas, nada mais (fujam dos especialistas – Eu os comparo a falsos médicos).
Afinal, o fato de ter tido algumas experiências bem sucedidas nas redes sociais não quer dizer que tenham estratégias sólidas para trazer resultados satisfatórios referente a um alto investimento proporcionando pelo cliente.
Essa presença nas redes sociais não os difere, necessariamente, dos outros usuários, pode ser destaque mas não é o bastante. Definir é limitar-se, quando definimos sermos especialistas em algo, estamos nos limitando a uma pequena parte de um mundo vasto e mutante, e que ainda está “engatiando”, não vimos nem 1/3 do que as plataformas de redes sociais e novas mídias irão nos oferecer e com certeza não veremos o final dessa odisséia, essa revolução que estamos vendo hoje é somente a ponta do iceberg, como afirma o Analista em SEO e SEM e entusiasta em novas tecnologias William Douglas.
Complementando o assunto:
Recentemente foi publicado um artigo Intitulado “A vulgarização do Marketing”, na W Revista nº 115, onde o pesquisador de Cibercultura Alex Plínio, explica que a Web 2.0 é mais fracasso do que êxitos. Segundo o pesquisador, a Web 2.0 vulgarizou algumas ferramentas que poderiam ser bem utilizadas, como por exemplo as técnicas de SEO e o uso do marketing na Web. O que acontece é que, se por um lado a internet colaborativa aumentou a possibilidade de interação, ela também, de certa forma, banalizou algumas ações. Isso por que qualquer pessoa, independemente de ter se profissionalizado no assunto ou for usuário assíduo poderá dá a sua opinião, postar tutoriais, entre outros; como no caso das técnicas de SEO, que hoje em dia é usada por adolescentes que ainda estão debutando na Blogosfera e que competem com profissionais que tem anos de estudos e experiências – Explica Alex Plínio. A matéria completa sobre “A Vulgarização do Marketing” você poderá vê-la na edição WRevista – ano 10/nº 115/ Brasil .
Priscylla Duarte | Jornalista
Desvendando a Web 2.0
segunda-feira, 1 de março de 2010
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